Diante desse cenário em que a docência vem deixando de ser uma opção profissional procurada pelos jovens, é necessário considerar o problema e discutir quais fatores interferem nesse posicionamento, ou seja, por que tem decrescido a demanda pelas carreiras docentes, especialmente na educação básica. A questão é importante dado que o desenvolvimento social e econômico depende da qualidade da escolarização básica, mais ainda na emergência da chamada sociedade do conhecimento; depende, portanto, dos professores, no seu trabalho com as crianças e jovens nas escolas.
(Gatti, p.140-141, 2010)
Comente o trecho destacado, explicando o que você pensa sobre o tema:Destaquei este trecho do livro porque acredito que dele pode-se tirar diferentes informações e compreensões indiretas da dificuldade da carreira docente. Quando a Gatti afirma que a “emergência da chamada sociedade do conhecimento; depende, portanto, dos professores”, já está afirmando umas das principais causas da desistência dessa carreira, citado por ela no mesmo texto, página 145: “O trabalho do professor está cada vez mais complexo e exige responsabilidade cada vez maior”. Afinal, quem hoje quer assumir responsabilidades da vida alheia sabendo da dificuldade em assumir a sua própria. Precisa-se de um bom preparo, bons anos de estudos e muita vontade de lidar com o outro, paciência, respeito e atenção para com o ser humano de modo geral. Ao pensarmos que entraremos em uma sala com 30 alunos, cada um com uma cultura própria, carregando uma bagagem de conhecimento, e que no mesmo período de tempo eu devo ensinar determinados conteúdos assusta até mesmo nós, que já estamos a um longo período trabalhando com isso. Mas afinal, para que serve a escola? Será que este não é um dos questionamentos feitos por esses jovens que estão nelas hoje, por muitas vezes ao caminhar pelos corredores da escola, ou mesmo em conversas com meus sobrinhos ouvi a seguinte frase (ou com o mesmo significado): Pra que eu venho pra escola se posso aprender tudo isso no computador? Ou até mesmo: Tem coisa mais chata que ficar na escola uma tarde inteira? Ou frases que nos deixam com o coração aflito: Só vou para a escola por que adoro o recreio!
Pois bem, se eles que são o futuro pensam assim, qual seria o motivo de fazerem seguir uma profissão que os desagradou por tanto tempo? No meu caso, escolhi ser professora como uma revolta aos professores “chatos” que eu tinha, sempre quis ser diferente, sempre admirei os professores que realmente se preocupavam com nossa aprendizagem, e apesar de minoria, sempre foram os mais lembrados!
Acredito que a grande mudança para o aspecto de incentivar a vida docente deve começar na própria escola, onde se encontram os talvez futuros professores. É na mudança destes professores que estão em sala, de suas técnicas, suas compreensões, suas aprendizagens sobre a criança, que poderemos criar trabalhos mais interessantes e envolventes, para que então a docência seja vista por eles como algo importante, e só assim desperte o interesse por essa profissão. Dando inicio a mudança do quadro de desvalorização em que se encontra. Tudo inicia de um bom planejamento, pensando realmente no aluno e na possibilidade dele aprender. Termino minha fala com um fechamento de LEAL ( p.2, 2006) que defende minha afirmação:
Do ponto de vista educacional, o planejamento é um ato político-pedagógico porque revela intenções e a intencionalidade, expõe o que se deseja realizar e o que se pretende atingir...
... Decidir, prever, selecionar, escolher, organizar, refazer, redimensionar, refletir sobre o processo antes, durante e depois da ação concluída. O pensar, a longo prazo, está presente na ação do professor reflexivo4. Planejar, então, é a previsão sobre o que irá acontecer, é um processo de reflexão sobre a prática docente, sobre seus objetivos, sobre o que está acontecendo, sobre o que aconteceu. Por fim, planejar requer uma atitude científica do fazer didático-pedagógico.
Autora do trabalho: Rita Sabrine dos Santos
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